Vida Profissional



Clube de Campo Mairiporã


     Comecei a trabalhar no Clube de Campo Mairiporã em setembro, iniciando a temporada de verão. Ingressei la como vendedor de títulos de clubes. A Nanci, uma amor de pessoa, era minha chefe, esposa de um dos diretores da época, o Vanderlei.

     O trabalho não era fácil. Sair de São Bernardo, depois da zona sul de São Paulo, e seguir para Cerqueira Cesar, no escritório, ou caminhar pela zona norte de São Paulo, Guarulhos, Mairiporã, Franco da Rocha, em busca de clientes, de ônibus era dureza.

     Sem contar os plantões nos finais de semana, quando eu precisava sair cedo de casa, pegar um ônibus e metrô, e encontrar com os outros vendedores na estação Carandiru para de lá, irmos juntos no uninho do Vagner, ou na perua do clube.

     Ficávamos no clube, observando o público se divertir, aguardando o atendimento aos visitantes. Isso, quando tinha público, as vezes o tempo estava feio, não havia quase ninguém, só o suficiente para manter-nos no plantão.

     Grandes figuras haviam entre os corretores, o Paulinho, um carinha magrelo, de falar acaipirado, alegre. A Odete, discreta, meio tímida. O Vagner, um jovem forte, que era namorado da Virginia, outra vendedora. O José Roberto, com o ar de sossegado dele.

     Era dureza competir com eles pois eles interceptavam vendas e acumulavam mais resultados que os demais, mas mesmo assim conseguíamos fazer vendas.
    A dureza era voltar, as vezes depois das oito da noite, as vezes pegar transito na rodovia Fernão Dias para voltar a São Paulo e depois ainda encarar o metrô até em casa.