Vida Profissional



Cidade da Criança



Este sou Eu, com a fantasia do Felício ( po rato) a esquerda, e o Daniel, vestido de Hiroshi!,
na companhia de algumas crianças que se apresentaram dançando na Cidade.


     Minha experiência na Cidade das Crianças foi maravilhosa. Comecei lá em outubro de 99. Logo no meu primeiro dia, fui apresentado ao gerente do parque na época, Jurandir Chaves.

     De início fiquei meio receoso, por estar tratando com ele devido ao cargo, mas logo ele se revelou uma pessoa extremamente humana, simpática, que apesar do cargo, respeita e trata os outros, independente da posição que ocupe. No caso, eu era apenas um bolsista que estava ali para pagar minha bolsa de estudos cedida pela Prefeitura de São Bernardo.

     Fui apresentado ao parque, que a muitos anos eu não visitava, conhecendo os planos e projetos que o Jurandir tinha para o parque, pois estava a pouco tempo administrando o parque.
Fui dar uma volta com ele pelo parque, onde ele foi mostrando o que já estava sendo feito, e quais eram os planos dele.

     Comecei trabalhando timidamente, na companhia da Marina e do Mário, na recreação junto ao palco, pernas de pau, karaokê para a criançada! Logo no fim do ano, me arrumaram uma fantasia de palhaço. Passei a me pintar e usar um chapéu de Papai Noel! A fantasia era legal, bem colorida, só era quase um pouco curta. Bem, para dizer a verdade, a calça dava para eu pular brejo. Eu particularmente só não gostava de um babadão que ela tinha em volta do pescoço.

     Com aquela fantasia, eram incontáveis os abraços que eu recebia da criançada, alguns querendo, ver, outros tocar, e os pais, sempre querendo tirar fotografias. No decorrer do ano, passamos a incrementar os eventos para a criançada. O Jurandir passou a investir e dar apoio em todas as atividades. Foi desativado um salão que era utilizado para oficina e foi criada a Brinquedoteca, espaço onde realizávamos diversas atividades com a criançada.

     A Cidade da Criança é um parque distribuído em três quarteirões. No terceiro, havia o espaço que era utilizado como o passeio pela amazônia, mas estava desativado. Um trecho extenso que quando cheio de água, simulava um passeio por um rio.

     Havia alguns buggy e fizemos uma pista de bugy. Eu era o instrutor! A criançada ficava alucinada ao entrar e poder dirigir, pois eu só ficava com o pé esticado no acelerador administrando a velocidade. Não era mole, sabe. Aquele buggy com motor de dois tempos, soltava uma fumaça lascada.

     Sem contar os sustos que eu levava com a criançada ao volante. Eu procurava deixar a molecada a vontade nos passeios, e ia orientando, mas sempre havia surpresas. Geralmente eu tentava avisar antes que havia uma curva, que teria que virar, e a criança virava o volante de uma vez, bruscamente, e o caminho era estreito, com cerca de um metro e meio. Quando eu menos esperava, "paft" na parede.

     Até que acabamos desistindo da idéia, pois os buggys eram velhos, e davam mais problema do que andavam! Toda hora estávamos eu, o Mário, o Jurandir ajeitando um ou outro, limpando carburador, etc. 

     No palco também, passamos a fazer mais atividades, mais brincadeiras. Passaram a se apresentar alguns artistas no palco levadiço! Era dureza, trabalhar durante a semana, geralmente até tarde, e encarar sábado e domingo, das nove da manhã as seis da tarde, em meio ao sol e cercado de crianças que pareciam estar com pilha Duracell Ultra.

     Fazíamos muitas brincadeiras com os pais também! Brincadeiras como correr em volta das cadeiras, encher balões, etc. Nunca ouvi tanta música infantil em minha vida, nem na infância!
Na época o "Segura o Tchan", "Vem Nenen" e outros axés estavam na moda, e eram a preferência da criançada para dançar no palco.

     Cansativo foi no Dia das Crianças de 2000. Consegui uma fantasia do personagem Felício, um rato, e do Hiroshi, um castor, personagens utilizados pela Fundação Educar, para utilizarmos na recreação. E eu fiquei vestido de Felício!

     A fantasia era muito quente. Começava pela cabeça, que tinha duas orelhas que de ponta a ponta, devia ter quase um metro de largura. A blusa e a calça eram feitas de um material similar a feltro. Os sapatos, tinham uma meia que vinha até quase o joelho, na cor da cabeça, amarela, e a luva, vinha com o punho até quase o cotovelo. Aquilo era lindo para andar ao sol. Ai, somava-se a isso a criançada, que não foi pouca, pois batemos o recorde de público no ano aquele dia, creio que mais de oito mil visitantes se não me engano. Suei feito condenado! As vezes dava uma pausa, indo até a lanchonete, para respirar um pouco e tomar água.


     Nunca tirei tanta fotografia na vida! Era um tal de toda hora pegar criança no colo para tirar foto, agachar com a criançada, ou mesmo pegar alguma criança e virar de ponta cabeça para tirar foto. Foi o ano que mais trabalhei em minha vida, mas também foi o ano em que mais ganhei força, de tanto receber o carinho, o sorriso de tantas crianças, e ficar livre das neuras, das ingratidões, da maldade que infelizmente os adultos adquirem!

     O pessoal que trabalhava lá sempre estava de bom astral, apesar dos problemas ou descontentamento com a prefeitura, já que a Cidade da Criança é administrada pelo município, mas vários brinquedos e os funcionários destes pertencem a empresas particulares.

     A gente teve muito apoio das estagiárias do Colégio Brasília, dos bolsistas como a Carlinha, Giovana e outros mais como o Daniel e o Nino. Foi muito legal.
     Dê um pulo no site deles que eu fiz: : http://cidadedacrianca.vila.bol.com.br