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Diário de Bordo



2001 - 24 e 25 de novembro


     Após por alguns e-mails em dia sexta a noite, sai do escritório tarde e vim buscar meu papai no trabalho dele. Após chegarmos, fiquei assistindo televisão. Assisti a um filme muito ruim, que passava no início da madrugada, chamado "A Ilha do Monstro". 

     Era muito mal feito. Havia os monstros do filme, que mais pareciam uma pessoa revestida com papel pardo, bem grosseiramente. A seqüência das cenas dos ataques dos monstros as pessoas, sempre atacando o rosto deixando aqueles traços vermelhos no rosto e a morte instantânea de todos era patético. Fiquei assistindo aquilo, mesmo cansado, quase cochilando no sofá.

     Fiquei até de madrugada, acho que três da manhã acordado, quer dizer, semi-acordado, até ir para a cama dormir. Levantei, fui cumprimentar meus irmãozinhos, o Juca e o Viti. Daí, busquei uns pãezinhos na padaria e vim tomar meu café. Daí, fui fazer faxina, é. Arrastar beliche, varrer, guardar os sapatos que estavam fazendo aniversário embaixo da cama de meu irmão.

     Depois, arranquei toda a tralha que eu tinha dentro da minha pasta, o que estava espalhado sobre as gavetas, cômoda, deixando tudo sobre a cama de meu irmão. Almocei com meus irmãos e fui colocar umas folhas no chão do carro, já que no dia seguinte, como íamos para a praia, evitar um pouco a areia. 

     Saí para comprar uma lâmpada, silicone e uns fusíveis. Voltei em casa, peguei meu pai, deixei ele no trabalho e fui cortar o cabelo no Francis, um salão que fica próximo.

     Estava com vontade de passar a máquina eu tudo, deixar bem ralinho, mas como o carinha que tava cortando recomendou não fazer isso, segui o conselho e deixei baixinho, mas nem tanto.

     Enquanto estava cortando, fiquei ouvindo o Du, que também corta cabelo, ficar mostrando seus dons no violão, para a galera que estava no salão. O tempo estava prometendo ser de chuva, com inúmeros trovões e relâmpagos, ventania, prometendo vir uma chuva intensa.

     Mas cortei, vim pra casa e nada de chuva. Tomei meu banho e fiquei esperando meu irmão voltar do shopping com meu carro para buscar a Andréa. Ele acabou demorando bastante, e só saí para buscar a Andréa já eram mais de dez da noite. 

     Cheguei lá, ela já tava pronta, pegamos as coisas e saímos. Passamos numa pizzaria, uma que tem um foguetinho na frente, e compramos um guaranazinho e uma pizza frita de frango, bacon, milho e queijo para jantarmos.

     Voltamos para São Bernardo, pegamos meu pai no trabalho e viemos jantar. Comemos, acordamos meu irmão Fábio, que já estava roncando, e fomos eu, ele e a Andréa e fomos ao Hipermercado Extra comprar umas coisinhas básicas para comer no caminho da praia, tipo amendoim japonês, batata frita, drops, chocolate Toblerone, guaraná, amendoim.

     Compramos tudo e voltamos para casa. Até chegarmos e nos preparar para dormir, já passavam das três e meia da manhã. Eu já estava dormindo em pé.

     Adormecemos e acordei as sete e meia da manhã. Busquei um pãozinho, preparamos o café, comemos pizza fria, café com leite e pão. Meu irmão buscou a Lílian, namorada dele, e por volta de nove da manhã partimos sentido praia de Pernambuco - Guarujá, para fazermos nossa bate-e-volta. 

     Como estou sem rádio, pois o toca-fitas que estava no Uno desmanchou todo, fizemos uma gambiarra. Com o CD-Man da Andréa e as caixinhas de som do meu computador e improvisamos um pequeno Car Theather!

     Pegamos a estrada tranqüila, sem trânsito, sem muita serração na Serra do Mar. A única coisa que preocupava era o tempo nublado e os pingos de chuva que caiam sobre o pára-brisa. Mas seguimos otimistas e chegamos a praia dez e meia da manhã.

     Arrumamos um guarda-sol com umas cadeiras e nos alojamos. O sol vinha timidamente, em meio a muitas nuvens escuras, mas estava quente. A praia de Pernambuco é muito legal. A areia é fofinha, não é como a areia de outras praias que dá para andar de carro sem afundar. 

     A praia não tem ondas, e existe um morro de frente, que é possível chegar caminhando pela areia, que dá para subir por uma trilha e chegar do outro lado, onde existem muitas pedras que dá para tomar sol, pescar, mas não para mergulhar.

     Começamos a nos hidratar, primeiro com protetor, depois com cerveja, é claro.

     Mergulhamos. Eu, como de costume, levei meia hora até a água chegar na nuca, mas tudo bem! A água é uma delícia, limpa, e sem as ondas, é possível enxergar a areia facilmente.

     Daí, passamos o dia todo naquela vida, cerveja, sol ( meio escondido entre as nuvens mas tudo bem ). Depois, é claro, aquela porção de porquinho, depois cerveja, depois caipirinha de abacaxi com vodka, debois ceubeja, bais cebeja, paft. Berda, %%#$#$#@$#^%$^%! sujeeeeei a boca di areeeeeiaa.

     Após mais uns mergulhos, fui com meu irmão subir o morro. A subida não é longa, mas exige bastante as pernas. O lado voltado para a praia é limpo, sem vegetação, e ficamos sob o sol na caminhada. Já do lado do mar, existe muita vegetação e o caminho é mais fresco. 

     Descansamos um pouco nas pedras do outro lado e retornamos, suando para caramba na descida de volta. Tomamos mais um banho de mar e ai, passado um bronzeador e um protetor, me estirei e fique aproveitando o solzinho de fim de tarde até ele desaparecer e perder a força em meio aos coqueiros que existem na propriedade que fica na frente da praia, uma casa enorme, que dizem que no futuro será um cassino.

     Colaborei a acabar com uma porçãozinha de camarão e uma espanhola também. Ai o sol foi sumindo, ficando fraquinho, fraquinho, e resolvemos pagar a conta e ir embora.

     Seguimos para o carro e tomamos uma ducha para tirar o sal, no estacionamento que existe na rua que chega a praia. Não é lá muito agradável, pois com cinqüenta centavos, dá para tomar uma ducha de trinta segundos. É trinta segundos, mal dá para se ensaboar que o tempo já acabou.

     Mas o pior acho que é a falta de privacidade, pois a gente se lava e os carinhas que tomam conta do estacionamento, ficam sentados, a uns cinco metros da gente.

     Passamos na sorveteria para tomar um sorvetinho básico para ajudar, não sei se na hidratação, ou na reposição de glicose, mas tudo bem.

     Daí, para as meninas se trocarem, parei numa rua que tinha uma quadra de um lado e uma casa enorme do outro, meia deserta. Eu e o Fábio ficamos fora, de guarda, enquanto elas se trocaram. De lá, seguimos sentido Santos, para passarmos numa colega minha, a Heloisa, que mora perto da balsa, mas liguei antes e ela não estava, daí, só deixei um bilhete e seguimos para a balsa.

     Não havia muita fila, e rapidamente embarcamos. Aquela balsa é um roubo de cara, seis reais. Eu nunca havia pego a balsa sentido Santos de carro, só de moto, e moto não paga. Mas quando vi que tinha que pagar, já tinha entrado, não teve jeito.

     Depois que saímos dela, sei que devo ter entrado em algum lugar errado, pois peguei uma pista que veio margeando o cais, que quase não passava ninguém. Mas segui até sair no caminho certo e pegar a via Anchieta. Pegamos um trânsito horrível na subida da serra, devido as carretas que sobem lentamente a serra junto com os carros.

     Chegamos em casa já era quase dez da noite. Eu ainda tinha o aniversário da minha amiga Luciana para ir, numa pizzaria, mas liguei para lá e o pessoal já estava começando a comer, aí acabamos nem indo. Cortei um pouco de melancia para a Andréa. Assistimos ao programa Casa dos Artistas, e depois, fui tomar um banho.

     Quando voltei no quarto, encontrei uma orquestra de roncos, meus dois irmãos Fábio e Marcos e a Andréa, todos dormindo, e roncando. Parecia um desenho animado, cada um com um ritmo, um som diferente. Me troquei, arrumei minhas coisas, comi um franguinho com arroz e farofa e acordei a Andréa para virmos embora.

     Eu vim dirigindo com um sono tremendo, cansado. A Andréa só acordava nos buracos maiores durante o caminho. Chegamos na casa dela, a irmã dela chegou junto conosco. Aí enquanto a Andréa foi tomar um banho fiquei conversando com a Giane, irmã dela, sobre viagens que eu e ela já fizemos no passado. Assim que ela saiu, fomos nos deitar. Eu desmaiei rapidinho.

     Quase nem dei um boa noite pra Andréa. Despertei de manhã assustado, sem saber a hora, levantei de fininho sem acordar a Andréa. Nisso veio a mãe dela para chamá-la, mas como ela não precisava acordar cedo, ia levantar só para me fazer companhia para tomar café, deixei-a dormindo. Tomei um copo de café com a mãe dela, a Lia, e peguei minhas coisas e vim trabalhar!