Diário de Bordo



2001 - 8 e 9 de dezembro


     Sexta-feira, ê beleza!

     Fiquei até tarde no trabalho, e ai fui pegar meu pai no trabalho. Chegamos em casa, preparei meu pratinho, pois estava faminto e fui para a sala assistir TV e almoçajantar.

     Comi, bebi e me esparramei no sofá assistindo ao final do programa do Jô e depois, pingando de canal em canal, a procura de algo, sem encontrar nada que me prendesse muito a atenção.
Fiquei assistindo e cochilando ao mesmo tempo, até que lá pelas três da manhã, percebendo que não via mais nada, fui para minha cama! 

     Dormi até quase onze da manhã. Tomei meu café, e fiquei a ajeitar minhas bagunças!
Depois de almoçar, fui para meu segundo emprego, de empregado doméstico do lar! Lavar o banheiro,varrer quarto e coisas do tipo. O pior foi ter usado quiboa, ou cândida, sei lá como você chama, e ficar com aquele cheiro impregnado nas mãos que não saia com sabão oui sabonete.

     Procurei ser rápido para tomar um banho e ir para Osasco antes das seis da tarde, para encontrar com a Andréa e irmos ver um presente para a irmã dela ainda no horário de comércio.
Tínhamos uma festa a fantasia para ir, mas como não havíamos planejado nada, nem fui ver nada de fantasia. De última hora, resolvemos comprar um tecido e fazer uma fantasia de homem e mulher da caverna.

     Fomos para o centro de Osasco, e fomos procurar tecido numa loja que já estava fechando. Lá eles não tinham tecido que parecesse pele de onça, que era o que eu queria. Tinha um pano lá que parecia pele de cobra, só que o negócio era meio rosa. A Andréa disse que se a gente usasse aquele pano pra fazer uma roupa, não ia parecer que eu cacei o bicho e arranquei a pele, mas sim que a cobra havia descamado, deixado a pele no chão e eu pego pra fazer. Resolvemos então pegar um pano marrom, dos mais baratinhos é claro, um marrom escuro.

     Passamos em uma papelaria, para comprar isopor, para fazermos o meu tacape! Compramos folha de isopor, uma bolinha de isopor para fazer a ponta, cola e fita.
Seguimos para o shopping, para passarmos em algumas lojas, demos uma parada na praça de alimentação para tomarmos uma canequinha básica de 500ml de chopp e uma porção de batatinha com polenta, pois estava um calor insuportável.

     Indo embora, passamos ainda numa farmácia para comprar faixa com gesso, para revestir o pau. Chegamos em casa e fomos aprontar nossa fantasia, já umas oito e meia da noite.
Cortei a chapa, quase sem espalhar pedaço de isopor pela cozinha. Juntei tudo cortado, colei, cortei fazendo a ponta, colei a metade da bolinha de isopor em cima. 

     Espetei alguns espetos de churrasco no isopor para ajudar a firmar. Em seguida, pegamos a faixa, molhamos e passamos em volta de tudo. Aquilo quando molha vira uma meleca, se não tiver jeito e não for rápido, vira uma m...

     Depois, para secar mais rápido, passamos um secador de cabelo para o gesso secar mais rápido, e quase ao mesmo tempo, fomos pintando de marrom. Bem, deixamos o pau para secar e fomos fazer nossa roupa.

     Cortamos um pedaço pra mim, colocamos um nó em um ombro, e grampeamos com grampeador comum, por dentro, para servir de costura. Deixei na altura dos joelhos e detonei a parte de baixo, com bastante rasgos, alguns maiores, outros menores, para não ficar parecendo bandeirinha de festa junina.

     Daí, fomos fazer o vestido da Andréa, com o mesmo tipo de pano. Ela mediu, desenhou e cortamos. Grampeamos também, e deixamos bem cortado na parte de baixo.
Catei um pedaço menor de isopor, e fiz dois ossinhos. Revesti com fita para ele não esfarelar, e usei um como fivela de cinto, usando um pedaço de pano como cinto, e o outro coloquei um grampo e coloquei na cabeça da Andréa! Pegamos retalho do pano, revestimos dois chinelos, para não aparecer as correias e beleza, a roupa estava pronta! 

     A Andréa deixou o cabelo todo solto, embaraçado, um verdadeiro fuá. Para dar um toque bem primitivo, pegamos carvão e passamos um pouco pelo rosto, braços, pernas, pescoço! Estava uma coisa linda de se ver! Fomos então para a festa, na casa da irmã da Rosangela, amiga da Andréa. 

     Andar no transito daquele jeito tava bem legal, pena que chovia e não dava para as pessoas verem legal. Mas deu para tirar um barato quando paramos no pedágio da rodovia Castelo Branco. Assim que parei do lado da cabine, falei para o carinha que faz a cobrança: “Ohhh, bicho legal esse que você mato pra faze ropa!”

     Nos perdemos na chegada e ligamos para a Rosangela e o Maurício nos pegarem onde estávamos. Após termos sido resgatados, chegamos a festa! A Rosangela estava de hawaiana e o Maurício de uniforme listrado dos irmãos Metralha.

     Nossa fantasia estava show! Todo mundo pagou! Só faltava mal cheiro para a gente ser um legítimo casal do tempo da pedra lascada. Devido ao ossso da Andréa e a minha clava, acabamos sendo chamados de Pedrita e Bambam. 

     A galera era bem eclética, havia diabos, ciganos, anjas, odaliscas e outros mais. Dançar mesmo não dançamos, enganamos um pouco lá no meio, e ficamos beliscando alguns frios e batendo papo.

     A festa não foi até altas madrugadas. Depois que tudo se encerrou, viemos embora para a casa da Andréa e desmaiamos. Eu, dormi até quase onze da manhã. A Andréa até levantou mais cedo. Tomei um café, depois fiquei ali tentando e arrumando umas lâmpadas da árvore de natal deles que estavam com problema.

     Logo deu uma da tarde, e como iria acontecer o chá de cozinha da irmã dela, viajei para São Bernardo para buscar minha mãe para o babado da mulherada.
Cheguei em casa, comi um pouco, tomei um banho ligeiro e seguimos para Osasco, sob a chuva forte que começava a cair sobre São Paulo. Cheguei, deixei minha mãe no meio daquela mulherada que já estava reunida na casa da Andréa e fui para a casa do Lorival, tio da Andréa, para assistir o jogo com o Taguá pai, o Valdecir, tio e o Rafael primo da Andréa.

     Assisti aquele jogão! A azulão entubou gostoso e com garra o Atlético Mineiro.
No fim da tarde, voltamos para lá, e ficamos vendo algumas fotos e depois fomos assistir a Casa dos Artistas. Assistir aquele zoológico humano é um barato! Sabe, uma das fantasias que eu e a Andréa estávamos pensando em ir era justamente de Supla e Bárbara, mas como tem o casamento da irmã dela a menos de um mês, ficamos com medo de zuar o cabelo e não consertar a tempo, daí acabamos desistindo da idéia.

     Ficamos pregados na telinha até acabar tudo, votação, os quinze minutos finais, e só então, viemos para casa! Aí, acabou o fim de semana.