Diário de Bordo


Diário de Bordo 2001

2001 - 4 e 5 de agosto


     Meu final de semana começou cedo. Ao invés de acordar tarde, como costumeiramente faço, precisei acordar cedo, pois marquei com a Andréa de levá-la ao exame de endoscopia que ela iria fazer. Saí de casa por volta de nove e meia da manhã.

     Cheguei em Osasco dez e pouco, tomei um café rápido com um pãozinho com coco que a Andréa havia feito e fomos para o local do exame. Não demorou e logo ela foi atendida. Fez o exame e quando fui na sala buscá-la, ela estava toda tonta, enjoada. Busquei o carro para a porta do consultório e a levei para casa. Lá ela tomou um café, já que estava de jejum até então. 

    Após o café, ela ficou repousando na cama até melhorar a tontura, e fiquei fazendo companhia a ela. Como eu não quis ir almoçar sem ela, mesmo após a insistência da mãe dela, me trouxeram almoço no quarto, enquanto eu fazia companhia a Andréa. No meio da tarde ela melhorou, e seguimos para minha casa. Estava frio, e estávamos planejando ir no mercado comprar algumas coisas para fazermos um pic-nic no parque do Ibirapuera, mas acabamos nem indo. Levantamos tarde no dia seguinte. Meus pais foram no mercado cedo e acabaram trazendo algumas guloseimas para levarmos ao parque, como pão para fazermos sanduíche e batatas fritas. 

    Meu irmão Marcos, foi buscar a amiguinha dele a Juliana para irem conosco. Após ele chegar, preparamos os lanches e seguimos para o parque. Ficamos caminhando bastante. Eu e a Andréa já tínhamos ido no início do ano lá, mas meu irmão ainda não conhecia. Andamos bastante. Eu mesmo, já procurei ficar descalço logo que entramos no parque, para pisar bastante na grama, na terra e nas folhas, para lembrar o que é gastar a sola dos pés, já que minha vida, ultimamente, é colocar um sapato as oito da manhã e só tirá-lo onze da noite, já na hora de dormir quase. Andamos muito, depois achamos uma gostosa grama para descansarmos:

    Depois quando seguimos nosso passeio; encontramos com um ator que fazia uma estatua viva. O cara estava vestido e pintado de branco, e ficava imóvel até que alguém deixasse algum valor no recipiente colocado a frente dele. Havia uma grande multidão em volta, e diversas pessoas colocando algum dinheiro e fazendo-o se mexer, se contorcionar e parar.

     Resolvi fazer graça, peguei um real, me dirigi na frente dele, e fiz o gesto que ia colocar o real, e parei, agachado, com o dinheiro a colocar, ficando imóvel, assim como ele fazia. Ele chegou a se mexer, esperando que eu fosse colocar o dinheiro e sair, mas fiquei ali, de frente a ele, observando-o, imóvel também. Enquanto ele quebrava o ritual da imobilidade, acenando com o polegar em direção do pote, eu sorria, imóvel também, apenas balançando a cabeça fazendo um gesto de não. Tendo causado o riso da platéia, deixei o dinheiro no pote e saí, dando risada.

    Seguimos nossa caminhada, daí, fomos ao carro buscar os lanches. Paramos próximo ao lago do Ibirapuera. Ficamos comendo e olhando uma criançada se pendurar nos galhos enormes de uma árvore próxima. Após lancharmos, começou a esfriar, e buscamos um gramado que ainda batia sol. Ficamos nesse pedaço até quase o sol ser encoberto pelas árvores do parque. Mal o sol sumiu, o frio aumentou e fomos embora rápido pois estávamos todos com muito frio. Ainda tive que voltar para buscar umas espigas de milho que minha mãe havia pedido, e que esperávamos encontrar na porta do parque mas haviam acabado.

     Depois que chegamos em casa, o Marcos foi levar a Juliana, que mora na zona leste de São Paulo, e ficou por lá para jantar. Só depois que ele voltou, é que fui embora para levar a Andréa. Agora, sinceramente, não estou lembrado se dormi lá e fui direto trabalhar ou se voltei para casa, pois escrevi o que aconteceu uma semana depois! É, estou escrevendo isso na madrugada do dia 13, são exatamente meia noite e trinta e sete. Todos em casa já estão dormindo. Só estou eu acordado.

    A TV está ligada, passando o vídeo Professor Aloprado, que meu irmão colocou para assistir e está, neste instante, roncando atrás de mim, com o controle remoto sobre a barriga. Vou desligar também, ou quem sabe, trocar o filme, e colocar a fita do filme Corpo Fechado. Vamos ver, se eu agüento, mas acho difícil, já estou com sono e pelo jeito não vou durar muito quando colocar minha cabeça no travesseiro!!!