Diário de Bordo
2001 - 3 de dezembro
Vim trabalhar segunda, e logo cedo vi que havia um e-mail do meu colega Gilmar, sobre a namorada dele, a Sami, que foi internada no hospital para ter neném e que necessitava de doação de sangue.
Como fiquei sabendo que dava para visitar a Sami, fiz um crachá e um receituário, e fui de doutor! Sai mais cedo, para ir ao hospital Pompéia, no bairro da Pompéia. Saí eram quatro da tarde, pois a doação acontecia ate as cinco horas. Minha sorte foi ter conseguido um mapinha legal que me indicou fácil como chegar ao hospital.
Estacionei e entrei na salinha que fazia a recepção aos doadores. Uma sala limpa, com sete cadeiras, uma recepcionista de frente para uma mesa. Alguns enfeites de natal pela sala, um televisor na parede. Fiquei ali aguardando, até ela me pedir meus documentos e dados pessoais.
Daí veio uma moça e me levou pra uma sala de triagem. A moça era loira, tinha um jeito suave e delicado de falar. O duro era ela com aquele jeito todo meigo, simpático, carinhoso, perguntar com tamanha gentileza se eu andava com prostitutas, se tive relações homossexuais, se tinha muitas parceiras ou se estive em situação de risco de contaminação do HIV.
Me perguntou também se eu havia tido doença de chagas, hepatite e outras coisas mais.Então ela me perguntou se eu usava drogas, eu respondi que só usava as drogas normais, cerveja, uísque, vodka, coisinha básica.
Ela mediu minha pressão, que estava boa, 12 por 8. Sabe, ate hoje não sei o que significa esse 12 por 8, 10 por 6, mas tudo bem, ela disse que estava boa. Foi ai que ela, com aquele jeitinho, pegou minha mão, tirou um negocinho de metal de um saquinho, pegou meu dedinho e paft, furou! Pegou sangue para ver se eu tinha anemia. Colocou a amostra num negocio que parecia um liquidificador largão e baixinho e deixou girando la dentro.
Sai da sala e fiquei esperando me chamarem. Como eu só havia comido um pedaço de bolo durante o dia, resolvi tomar um suco para garantir, junto com uma bolacha. Me chamaram, sentei naquela cadeirona que reclina devagarinho, e o carinha veio com a agulha espetar meu braço. Espetou, espetou, espetou, até que depois de mais de um minuto, acho a veia, e o sangão vremeio começou a encher a bolsa.
De frente havia um aparelho de TV, ligado num canal de esporte, passando um jogo de hóquei. Ganhei uma bolinha vermelha, em forma de coração, para ficar apertando, soltando, apertando, soltando. Levou alguns minutos e pronto! Daí ele só coletou uns vidrinhos para exame e me liberou.
Acho que estou com uma aparência boa, pois assim que sentei para tirar sangue, havia um rapaz que estava saindo, e recomendaram a ele que não poderia fazer força no braço, nem fumar em duas horas, beber só depois de doze horas, e sei lá mais o que. Mas pra mim, a mulher não falou nada. Fiquei tranqüilo!!
Daí, tomei um copo de café com leite, mais uma bolachinha, e sai para tirar o carro do estacionamento e encontrar com minha amiguinha Camila, que trabalha ali do lado. Nos encontramos, pela primeira vez, depois de vários e-mails, e fomos visitar a Sami! Ela estava meio inchadinha mas bem! Conversamos um pouquinho, entreguei o receituário e viemos embora! Deixei a Cam na frente do trabalho dela e segui de volta para casa.
Passei de novo no escritório só para pegar meu monitor, que lá estava, e vim para casa!