Diário de Bordo


Diário de Bordo 2001

Diário de Bordo - Março


    Minha páscoa foi tranqüila nesse ano. Começou na quinta a noite. Trabalhei até as oito da noite, fui para casa, onde já encontrei com meu rolo. Já era tarde então fomos jantar, nada de especial na noite. Ficamos até tarde, eu arrumando algumas correspondências, enquanto ela e minha mãe ficaram fazendo uns bordados de ponto de cruz. Eu, saí correndo de perto pois não tenho muita paciência.

    Acabamos por dormir por volta da uma da manhã. Acordamos sa sexta, tomamos aquele café básico, e enquanto a Andréa se distraia aprendendo a bordar, fui lavar a ambulância, ajeitar algumas coisas. Durante o dia, vimos uma reportagem no jornal da tv que haveria uma apresentação da Paixão de Cristo em Santana de Parnaíba, a cerca de 50km de São Paulo, chamei meus pais e resolvemos ir a noite lá.

    Almocei aquele peixinho básico, enquanto meus pais se deliciaram no bacalhau, peixe que não aprecio nenhum pouco, a começar pelo cheiro e a terminar pelas espinhas. Assisti a um filme de vídeo a tarde, e no início da noite partimos para irmos ver a apresentação. Saímos já tarde, por volta de sete da noite, a peça começava as oito. Seguimos bem e chegamos as oito da noite a cidade. Pegamos muito trânsito chegando a cidade, parei até um pouco afastado do local. Acredito que palavras não conseguirão transmitir a beleza e esplendor da apresentação.

   Na cidade há uma rua sem saída, em que foi montado um cenário enorme. Para você poder imaginar, é como se houvessem seis palcos diferentes, um ao lado do outro, mas não simplesmente do lado, distantes uns dos outros, em níveis diferentes. No final da rua, a esquerda, havia o palco, com mais de um andar, onde se passavam cenas do rei Herodes, a direita desse palco, outro que simbolizava o palácio de governador Pôncio Pilatos, como se fosse um prédio de mármore. Mais a direita outro espaço com onde passaram cenas como a crucificação, a via sacra. Outro placo a direita onde se passavam cenas do Templo, e mais a direita, outro palco, onde passaram atos dos lava-pés, última ceia e almoço na casa do cobrador de impostos.

    Não imagine que era simples palco, era toda a caracterização do local, em tamanho real. Creio que havia mais de trezentos atores, todos muito bem caracterizados, os soldados romanos, as pessoas da cidade, as garotas do palácio de Herodes. Foi um espetáculo lindo. Teve duração de três horas. As pessoas podiam assistí-lo da rua, e através de telões colocados próximo ao palco e na praça da cidade. A rua estava lotada, mas sem aglomeração intensa, pois havia muitas pessoas com filhos, o ambiente era familiar. As cenas aconteciam nos diversos pontos do enorme palco, que foi montado acima do nível da rua. Todos que estavam na rua tinha diversas oportunidades de ver os atores em cena, muito próximo de onde assistiam.

    O som também era muito bom. Havia diversas caixas que proporcionavam uma excelente acústica, principalmente quando havia sons de trovões, principalmente no momento da crucificação de Cristo, quando haviam muitos trovões e música de Carmina Borana. Todo o som era rodado através de play-back, mas de forma alguma desabonou o encantamento do espetáculo. Quem tiver oportunidade de ir numa próxima vez, não irá se decepcionar, é realmente lindo!

    Sábado, fiquei em casa, esvaziando um guarda-roupa antigo que estamos nos desfazendo. Quanta coisa!!! Separei e guardei alguns livros, trabalhos antigos, e fizemos aquela boa limpeza na lavanderia. A tarde fui na feira do automóvel, onde não demorei muito, devido a estar muito vazia e ninguém parar nem para olhar o carro.

    De tarde fui comprar o ovo da Andréa, daí como ela queria só uns bombons recheados de coco, resolvi personalizar meu ovo. Comprei um ovo da nestlé, um pacote de bombons recheados de coco importado e fui na Dona Vilma, minha vizinha que faz ovos e bombons, e comprei uns bombons recheados caseiros. Fui pra casa, abri os bombons e o ovo, escrevi em todos com um palito de dente um "feliz páscoa", um "ti amo", etc. Recortei papel alumínio em forma de coração, escrevi neles "eu ti amo', e embrulhei os bombons e o ovo. Coloquei num celofane azul grandão, e deixei lá guardado, para levar para ela.

    A noite, meu irmão caçula tinha planos de sair com uma amiga com o meu carro, mas o passeio furou, e resolvemos sair a noite para ir tomar um chopp na avenida Kennedy aqui de São Bernardo, onde há vários barzinhos legais, como o Mr. Einstein, que rola som ambiente, umas televisões mostrando clipes e chopps e porções nas mesas; o Casual Bar que tem umas mesinhas, o Liverpool, bar inspirado nos pubs ingleses, o Pharello, outro bar que só rola bate papo e chopp. Peguei meu irmão Marcos, passamos na casa do camarada Rafael, pegamos meu amigo Marcão e o Julio ( que parece o Ronaldinho - camisa 9) e fomos para o Casual.

    Ficamos lá batendo papo, dando risada, vendo as minas que pagam, pagam, pagam sapo pro Marcão, mas que ele nunca conhece ou cata!!!!! Ficamos lá até as duas e tanto da manhã, daí o bar começou a esvaziar e fomos embora!!

    Domingo saí cedo para casa da Andréa, de onde fomos, junto com os pais dela, para um sítio próximo a Sorocaba, a uns 75km de São Paulo. Me deliciei pois adoro pegar estrada de terra. O uno que era preto chegou parte marrom, parte vermelha de tanto pó na estrada. A propósito, até o momento ainda está assim. Chegamos lá pelas dez da manhã, havia 3 aniversários no sítio, tinha bastante gente. O sítio era bem legal, tinha piscina, campo de futebol, um pomar ( só com mexerica ), bastante área gramada e bem isolado. Fiquei comendo carne, tomando cerveja, comendo carne, tomando tequila, cobendo cani, tobando ceubeja, comendarne, zuvando ziveja, zevesssja, crannne, buzeeeeja...

    Dormi e descansei. Chegou a noite, ficamos apreciando o céu maravilhoso que estava, bem estrelado, e lá pelas oito da noite, partimos de volta a São Paulo. Pegamos um congestionamento enorme de mais de 50km, pela rodovia Castelo Branco, chegamos na casa da Andréa quase onze da noite. Deixei a Andréa e o pai dela, assisti dois candidatos no Show do Milhão e vim embora para casa. Cheguei em casa e desmaiei, nem cobertor peguei, pois dormi em cima dele.