Diário de Bordo


Diário de Bordo 2001

2001 - Maio


      Meu primeiro final de semana frio do ano! Foi bem light, quer dizer, bem gordo!

    Comecei na sexta-feira, saí daqui da agência sob uma chuva muito forte. Eu havia marcado de me encontrar com uma amiga, a Valéria, cujo irmão faleceu estes dias vítima de um acidente de trânsito, para conversarmos um pouco. Como por volta das 19 horas estava uma chuva torrencial, e ela iria vir de ônibus até próximo ao meu trabalho para nos encontrarmos, me dispus a encontra-la no ponto onde ela estava, na estação Conceição do metrô. 

    Consegui chegar rápido, desviando das avenidas principais que estavam congestionadas, seguindo por meio de ruas de bairro. Encontrei com ela, e viemos conversando pelo caminho com destino a casa dela, na cidade de Taboão da Serra. O papo foi razoavelmente longo, pois pegamos muito transito até chegarmos. 

    Ao chegarmos lá, ficamos conversando eu, ela, o marido dela, também chamado Edson, o filhão deles, o Tony, em companhia do ramister que ficava na gaiolinha correndo e da tartaruguinha deles. Batemos papo enquanto o Tony se divertia com jogo de corrida no computador. Jantamos pizza e por volta das onze da noite, voltei para casa. 

    Tendo chegado tarde, fiquei ao telefone com outra colega até tardão. Após conseguir me levantar do sofá, tomei um copão de Toddy e fui me deitar! Ainda tentei assistir televisão no quarto, mas minha tentativa foi em vão, pois desmaiei com o televisor ligado, sem ao menos colocar o rádio relógio para despertar sábado cedo.

    Estava programando de ir no centro da cidade de São Paulo com a Andréa para comprarmos um presente para o Dia das Mães logo cedo. Como houve um falecimento de uma prima dela na noite de sexta, houve o sepultamento no sábado de manhã, o que impediu a nossa ida pela manhã.

    Como não consegui falar com ela pela manhã, tratei de tomar um café, levei o pretinho para trocar o óleo e depois fui lavá-lo. Fiz a famosa mistura, lavei bem rápido e de forma bem sem vergonha, pois estava um frio danado e minhas mãos congelavam ao vento. Eu tinha colocado uma placa de vende-se nos vidros, e como o durex vivia caindo ou deformando com o sol, coloquei a placa com fita crepe. Foi uma maravilha, não descolou nenhuma vez, mas para tirar foi uma beleza também. Não saia de jeito nenhum. 

    Fiquei numa via crucis esfregando com álcool, pacientemente, todo o pedaço que havia de fita crepe no vidro. Para ajudar, eu fui exagerado, e coloquei em volta do papel todo, um sufite inteiro, nos dois vidros de trás e no traseiro. A cola saiu, mas o vidro ta manchado até agora, e vai continuar. Comecei a reparar que ele estava muito riscado, e resolvi pegar um polidor líquido que havia na garagem, e dar uma polida. 

    Acabei com o vidro, deixei o carro preto todo branco, e depois comecei a polir! Acabei com os braços para nada, pois aquele vidro estava vencido e eu polia, polia, e não via a flanela ficar preta! Que raiva! Quando estava no final, falei com meu rolo e resolvemos ir na cidade, mesmo a tarde, para procurarmos um presente pras nossas mamas. Marcamos de nos encontrar no metrô. 

    Tomei um banho, dei uma escovada legal nas unhas com escova e Veja, pois estava tudo preto. Comi rapidinho e fui para a estação Paraíso encontrar com a Déia. Após nos encontrarmos, fomos para a rua 25 de março, andamos um pouco e após apreciarmos aquela infinidade de comerciantes ambulantes na rua, nos assediando querendo oferecer suas ofertas, incensos, relógios, brinquedos, entramos no shopping 25 de março. 

    Ficamos passeando por aqueles andares, perdidos em meio a lojas de jóias, perfumes, tênis, com inúmeros orientais que falavam mal o português. Estava frio, mas aquele prédio, em que não se via janelas ou qualquer sinal de porta para ventilação, estava quente. Tivemos até que dar uma parada e tomar um suco, pois não agüentávamos o calor. 

    Ainda bem que não estava muito lotado, pois aquele local, entupido de gente, estaria insuportável. Andamos e andamos e acabamos comprando, um tênis para minha mãe, pois estou com interesse em leva-la de manhã alguns dias no Jardim Botânico, que fica do lado do Zoológico, para fazermos caminhada. A Andréa comprou um perfume para a mãe dela. 

    Tendo finalizado as compras, saímos, em direção a rua São Bento, rua que já trabalhei a anos atrás, para irmos comer um lanche na Casa Califórnia. Passamos pelo largo de São Bento, parecia estar acontecendo um casamento ou cerimônia com pessoas importantes, devido ao número de seguranças que estavam dispostos a porta da igreja. Descemos Av São João, demos um passeio muito breve pelo largo do Anhangabaú, e seguimos em seguida para a Casa Califónia. 

    Esse casa, na época que seu freqüentava, era uma portinha com três metros de largura e uns quatro de fundo, um forno com lingüiças e salsichas esquentando a direita, um balcão que vendia lingüiças diversas á esquerda, e um balcão no fundo onde os atendentes recebiam o dinheiro no caixa, fritavam batatinhas que eram colocadas em saquinhos similares aos que encontramos em carrinhos de pipoca, e onde faziam sucos em polpa de diversos sabores. Não havia cadeiras nem mesas, somente balcão nas paredes, com quadros exibindo reportagens das casa, desde a época de sua fundação, ainda quando era uma mercearia e não uma lanchonete. 

    Devido ao pequeno tamanho do estabelecimento, na época que eu freqüentava, era necessário ficar revezando o lugar para não ficar lendo sempre a mesma reportagem toda vez que se comia lá. Ao chegarmos, tive uma surpresa, a casa mudou, fica do outro lado da rua, tem mesas, cadeiras, mais espaço. Mas só o endereço mudou, a assadeira de lingüiça continua a mesma, o forno usado para esquentar os pães, a placa com os preços, a fichinha preta que o caixa entrega para a gente, e o saquinho de papel sem vergonha, fininho, usado para por batatinha frita! Ah, os quadros com as reportagens antigas continuam lá, mais espalhados agora, devido ao espaço maior da casa, mas com um tom mais amarelo e sujo que antes. 

    Depois de comermos aquela calabresa com meio quilo de vinagrete, seguimos para a estação do metrô. Encontramos um vendedor ambulante com sapatinhos pequeninos, que compramos um par para levar ao priminho Pablo da Andréa, de dois meses de idade. Aproveitei e comprei um brinquinho para minha mama, e viemos embora para casa. 

    Chegamos congelados de frio. Convenci para que ela passasse a noite em casa. Resolvemos ir ao Extra fazer uma comprinha básica, pipoca, vinho, bis, para acompanhar um filme que peguei na locadora, chamado Um Sinal de Esperança, com Robin Wiliams. Como acabamos demorando, conversando com meus pais, jantando, etc, quando fomos pensar em assistir o vídeo já era tarde, mais de meia-noite, e como a Andréa tava cansada, acabou capotando sem ver vídeo, pipoca, nada. Acordamos tarde no domingo, mais de dez da manhã. Fui fazer um pãozinho torrado com café, e depois de tomarmos café, resolvemos, de manhã, isso, de manhã, assistir ao vídeo. 

    Assistimos, comemos pipoca e depois fomos para a casa dela para almoçarmos! Comemos tarde, e como já era hora de jogo, nos arrumamos no sofá, cobertos, onde ficamos até a noite. Depois fomos na casa da prima dela, onde tomamos vinho quente e entregamos o sapatinho que compramos na cidade. Voltamos de lá, e não demorei a vir para minha casa. Ao chegar, com aquele frio, só tomei um copo de café com leite, fui para a cama, li um pouco de jornal, e tibufi, dormi! Aí hoje trabalhei, saí bem tarde para comer dois x saladas e uma coca na barraquinha na esquina da avenida Ibirapuera.

    Passou a semana, trabalho e trabalho. Até chegar sexta-feira, segui para casa, onde fiquei ate por volta das oito e meia, quando sai para levar meu irmão Marcos na escola, na ETE em São Caetano, já que ele só teria as duas ultimas aulas.

    Retornei para casa, onde já encontrei com minha prima Lu, que esta morando em Feira de Santana e veio para São Paulo para resolver alguns problemas. Conversamos um pouco e levei-a para a casa de minha tia Maria, onde ela foi passar a noite, já que na noite anterior havia passado em nossa casa.

    Chegando lá, estava minha tia preparando o jantar, meu tio Belo, esse não e casado com minha tia, são os dois irmãos de meus pais. Minha tia e separada e mora com os filhos. Estavam lá também minha prima Rosangela, filha mais velha da minha tia, meu primo Marcelo, com 19 anos, juntamente com a esposa e o filhinho deles o Wallace, de um ano e pouco de idade. Logo depois chegou meu priminho “bonzinho e comportadinho” Bruno, o caçula da minha tia. Ficamos batendo papo, e acabei jantando um bifão juntamente com minha prima. 

    O Wallace veio para meu lado, e como bom saco sem fundo que ele e, começou a pedir comida, mesmo apos Ter jantado. Peguei ele no colo e alegremente comecei a dar umas garfadas de arroz, feijão e carne. A gula do pequeno era tamanha que só minhas garfadas não eram suficientes para ele, levando ele vários pedaços de carne que levava a boca pegando com a própria mão do prato. Comeu, comeu, tomou refrigerante e enche tanto a boca certa hora que acabou devolvendo parte do bocado.

    Depois fiquei na sala curtindo um pouco o Negão, que era nosso gato e demos para o Bruno a pouco mais de um ano. O Negão e um gato vira-lata, preto, de pelo cheio e brilhante, e olhos verdes. Fazia tempo que eu não o via e fiquei espantado ao ver o tamanho dele, pois esta enorme, gordão, gigante. Antes, tínhamos ele em casa quando adotamos o Toco, a três anos atrás, daí ficamos só com o Toco, e demos o Negão para o Bruno. O Toco cresceu, era forte, pena que foi atropelado a cerca de três meses na minha rua. Vendo o Negão ate bateu a saudade do Toco!

    Já passavam das onze da noite, e fui para casa. Estava cansado, e não me atrevi a arriscar sair. Tinha o aniversario de uma amiga, a Carla, que trabalhou comigo na Cidade da Criança, mas não estava no pique de sair. Ainda a noite, o meu amigo mala sem alça do Marcão me ligou para sairmos, mas relutei o pedido também, e resolvi passar a noite sossegado, em casa, na minha cama, lendo um livro que peguei na biblioteca da Metodista, faculdade em que me formei.

    Nem agüentei ler muito, e capotei de cansaço. Acordei sábado cedo, as nove da manha, com minha prima telefonando para buscá-la, já que ela iria viajar de volta as duas da tarde. Apos tomar um breve, ou melhor, brevíssimo banho, pois meus banhos eram mais demorados, e com esse plano que nos força a economizarmos energia, estou procurando fazer minha parte no banho, já que mal vejo televisão ou fico com luzes ligadas em casa. Tomei um café com um bolinho, uma bolacha e fui buscá-la.

    Chegamos aqui em casa, e ela mal teve tempo para arrumar as malas. O marido dela, o Osvaldo, que não veio com ela, adora aquela bolacha Clube Social. Na cidade que estão, em Feira de Santana, que fica próxima a Salvador, para onde eles se mudaram no final do ano, não encontram. Sai e fui no hipermercado Extra para comprar uns pacotinhos para ela levar na mala para ele fazer aquela merendinha apos o jantar!

    Acabei indo lá rapidamente, enquanto minha prima almoçava com meus pais. Trouxe dez pacotes, daqueles que tem nove pacotinhos dentro. Minha prima quase caiu de costas quando viu a quantidade. Abri a mala dela, e ajeitamos tudo. Pena que não deu tempo de fazer uma brincadeira. Eu queria Ter arrumado uma caixa de camisas, colocados os pacotes lá dentro e embrulhado como um presente.

    Colocamos tudo lá dentro e saímos com pressa, pois já era quase uma e meia da tarde, o ônibus dela era para as duas, e a rodoviária do Tiete, de onde ela sairia, fica a mais de quinze quilômetros de minha casa. Atravessei a cidade no Maximo que era permitido correr. Chegamos em frente a rodoviária quase as duas em ponto. Eu tentei correr, mas os passos de minha prima eram lentos, devido a altura dela, que não e das maiores, pois ela deve Ter um metro e sessenta, cinqüenta, e para ajudar, ela estava com um salto alto nada discreto, o que a impedia de correr. Andamos em passos rápidos pela rodoviária ate chegar na plataforma. 

    Quando ainda estávamos no meio do caminho ate a plataforma, sai em disparada, com a mala dela, para chegar a plataforma e tentar ganhar tempo. Ainda quando cheguei na escada rolante ao lado da plataforma, avistei o ônibus e o motorista entrando. Ate descer, dar a volta e chegar na frente do ônibus, o carro saiu. Minha prima, quando chegou, começou a chorar. Eu tentava acalma-la, e a mulher chorava, triste pois quando tinha comprado a passagem, não havia mais ônibus nesse dia. Se meu carro não estivesse tão longe, eu ainda ia arriscar pegar a marginal tiete e tentar alcançar o ônibus, mas não ia dar tempo. 

    Provavelmente eu ia demorar em alcançar, pois esses ônibus não andam devagar quando pegam vias expressas. Propus logo seguirmos ao guichê, tentarmos arrumar outro ônibus, enquanto ela se derretia aos prantos.

    Tentava confortá-la, dizendo que não era para ela ter seguindo naquele ônibus, que havia algum propósito divino, e ainda cobrei que como podia, ela, que e evangélica, praticante e freqüentadora assídua dos cultos, Ter tanta falta de fé? Chegamos ao guichê da empresa, e para alivio dela, conseguiríamos embarca-la às 16 horas daquela mesma tarde. A partir daí ela ficou mais aliviada. Fomos tomar um suco, um refrigerante e nos sentar para aguardar o horário do embarque. Ficamos conversando, aproveitando um pouco mais do breve tempo que teríamos junto ali na tarde, pois a distancia nos permite somente nos falarmos ao telefone e dificilmente por e-mail. As quatro da tarde ela embarcou, e eu, aliviado, segui para a casa da Andréa, de onde sairíamos para ir na festa de noivado de uma amiga dela, a Pati.

    Minha sorte e que, querendo ganhar tempo, coloque a roupa que iria usar no porta malas do carro para me trocar lá. Eu esperava chegar cedo na casa dela, mas devido ao contratempo na rodoviária, atrasei legal. Cheguei na casa dela quatro e pouco. Pensei que os contratempos haviam passado e que dali para frente só haveria festa, paz, sossego. Grande engano o meu. A Pati não tinha conseguido passar um mapa do endereço de onde era a festa. Como ela mora na proximidades da casa da Andréa, ficaram de deixar um mapa no quintal para a gente pegar.

    Seguimos para lá, eu, a Andréa e a Carolzinha, prima de 4 anos da Andréa, uma amorzinho de menina. Chegamos na casa e cadê o mapa? Não achamos. Entramos no quintal da casa dela, reviramos todos os vasos, olhamos olhamos e nada do mapa. Tentamos ligar no celular da Pati e não conseguimos falar. Daí, voltamos para a casa da Andréa, para pegar um telefone de uma amiga delas que estava na festa. O numero do telefone estava na memória de um celular antigo da Andréa. Achamos o celular, mas estava sem bateria!!! 

    Reviramos o guarda roupa dela inteiro. Sabe pegar tudo, e jogar pra fora? Ficou uma coisa linda, reviramos tudo e nada de encontrarmos o carregador. Daí ela se lembrou que podia estar numa caixa com outra coisa que estava num tio dela, a uns 8 quilômetros. Seguimos para a casa do tio dela, o Demetrios. Pegamos o carregador, que era de carro, fomos para o carro, anotamos e telefone e voltamos para a casa para telefonarmos! Ligamos! Sabe o que deu? Telefone desligado!!

    Nessa hora acabamos por desistir de ir. Deixamos um recado no celular da Pati, e acabamos ficando na casa do Demétrios, onde estavam também a Jajá, esposa dele, e a pequena Gabriela, de três meses de idade, uma linda garotinha. Resolvemos ficar e jantar com eles. Pedimos pizza, jantamos, e ficamos fazendo festa para a pequena Gabriela não adormecer, pois geralmente quando ela dorme tarde, só acorda no dia seguinte. Se dormisse cedo, iria acabar com o descanso na madrugada dos pais dela.

    A Carol, enciumada, ficou pentelhando a gente, fazendo birras para chamar a atenção. Por volta das nove da noite, fomos embora, para nos encontrarmos com os pais da Andréa, que estavam na casa de outro tio dela. Nessa casa também há uma criança recém nascida, o pequeno Pablo, filho da prima da Andréa a Débora. Chegamos tarde e não demoramos muito, pois os pais dela já estavam retornando para casa.

    Voltamos para a casa da Andréa, quando percebi um recado no celular, da Maristela, amiga da Andréa, nos chamando para sair com ela e o namorado, o Guilherme. Marcamos de nos encontrar num posto no bairro do Jaguaré. Como já era tarde, e estava muito frio, estacionei literalmente colado ao carro deles, permitindo apenas nos falar através dos vidros dos carros. Marcamos brevemente de ir tomar algo num bar no bairro da Lapa, o Central do Brasil. 

    Este bar fica na rua Faustolo, é uma construção antiga, de tijolos aparentes, diversas fotos e uma grande pintura de uma locomotiva, caracterizado como uma estação de trem. Tem uma banda que toca MPB, diversas mesas. Os garçons todos de bonés e camiseta amarela. O preço não e caro. O ambiente e legal para bater papo. Ficamos os quatro bebericando e conversando. A Maristela e o Guilherme já foram colegas de trabalho da Andréa. Ficamos lá jogando conversa ate quase duas da manha, contando as historias, as baladas de cada um! Fomos embora tardão, e vim dormir na casa da Andréa.

    Capotamos com o frio e o cansaço, somando a isso que a Andréa não estava bem, pois estava com muita dor. Ela vem sentindo a meses dores constantes nos rins. Já fez diversos exames, e não encontram a causa. Quando ela faz esforço físico, ou toma algo muito diurético, como melancia por exemplo, as dores atacam. Ela já fez ultra-sons, ultra-sonografia escretora, exames de sangue e não descobrem a causa. 

    Ela já esta tomando remédios como Buscopan com uma freqüência que tem ate me preocupado. Me falaram que ela esta com suspeita de estar com uma doença chamada endometriose, se não estou enganado o nome. Segundo a irmã dela, e uma doença em que os órgãos internos vão sendo consumidos. Eu nunca ouvi falar nada sobre essa doença, mas se você souber de alguma coisa a respeito, ou puder me indicar alguém que já teve algo parecido, eu vou agradecer muito de verdade.

    Como meu irmão Marcos ia sair no Domingo a tarde com meu carro, tomei café na casa da Andréa e vim para minha casa. Ela não veio comigo pois ia almoçar com os pais na casa do cunhado dela.

    Almocei com meus pais e meu irmão Marcos. Meu irmão Fabio, ainda estava aqui em casa quando eu cheguei, mas não vi ele nem sair, pois agora que ele voltou com a ex namorada, ele voltou a ser um P H D, um pobre homenzinho dominado. Mas sei lá, cada um feliz do jeito que se sente bem.

    To com alguns livros para ler, o que vou fazer agora. Eu ia dar um pulo na casa de meu amigo que mora aqui no bairro e esta engessado, mas como ele vai sair, descartei a única possibilidade de sair de casa nesse Domingo a tarde. Agora a pouco fui na sala e encontrei minha mãe só, pois meu pai esta deitado. Peguei um cobertor, ajeitei nela, arrumei uma almofada para ela ficar mais confortável. Percebi que ela esta triste e cabisbaixa. Com certeza esta pensando em minha vó, mãe dela, que esta em Sergipe, ruim de saúde, sem enxergar. 

    A dois anos a trouxemos para morar conosco aqui em casa, mas ela quis ir embora para Sergipe, se queixando que aqui era muito frio, que tem muita ladeira, que ela só ficava “entrevada” dentro de casa, já que a idade e a visão não permitiam ela sair ou caminha por essas ladeiras, principalmente a minha rua, que e um aclive acentuado. Mas minha mãe fica triste e preocupada.

    Logo vou ler um pouco, e como sei que anda corrido de trabalho lá na agência, sei que não teria tempo de escrever muita coisa de lá, por isso, peguei o dinossaurinho do meu micro 486, que é tão lento que me lembra aquelas televisões preto e branco que a gente precisava ligar e esperar esquentar. Esse aqui é quase a mesma coisa, não precisa esquentar, mas precisa esperar muito para ligar, e resolvi escrever hoje mesmo essas letrinhas!!!

    Passei o resto da tarde deitado, de noite jantei um macarrãozinho com frango e só. Fiquei vendo aquele Show do Milhão na TV. Meu irmão, mais tarde, colocou o filme A Bruxa de Blair 2, que assisti cochilando, perdendo algumas partes, mas cheguei ao final do filme acordado! Gostei, não é tão intrigante quanto o primeiro, mas gostei da sacada de assombração que envolve o que os jovens filmavam e não conferia com a realidade que eles se recordavam ter vivido.