Chegou um fim
de semana e partimos a noite, eu com a Andréa, meus irmãos Fábio e Marcos,
para a zona norte, para encontrarmos com nosso amigo Adriano e mais um
pessoal, para passarmos o final de semana do dia três e quatro de
fevereiro.
Depois
dos desencontros, estávamos todos reunidos na marginal Tietê seguindo
para Jacareí. Chegamos no sítio em Jacareí, ficamos ajeitando o
ambiente, comendo pizza, batendo papo até umas cinco da manhã. Sábado,
saiu um belo sol, e fomos pra beira da represa de Igaratá, prá tomar um
solzinho!
Regado
sempre a uma cervejinha para não desidratar, é claro! A tardinha comecei
a assar uma carninha, com aquele capricho que gosto de fazer! Fui
descascando alho, temperando as carnes! Depois servindo pro povo! Estávamos
ao todo em onze, além de eu, a Andrea e meus irmãos, o Adriano, três
garotas, mais um casal com duas filhinhas, uma de um ano e meio e outra
com quatro anos.
De
noite, fiquei curtindo uma bela duma rede com minha gatinha, com a
barriguinha cheia. O restante do pessoal ficou assistindo vídeo, outros
dormindo. Pois um dos colegas teve que ir trabalhar e ia voltar a uma da
manhã. Nem vi ele chegar, capotamos de sono, levantando só no domingo as
10. Depois de um belo café da manhã, trazido na cama, seguido de uma
"sobremesa", saímos e fomos passear de lancha com o pessoal.
Ficamos
passeando por mais de meia hora, com um esquiando. Tudo normal, o sol
quente de doer, acabei com metade de um cenoura e bronze 25. Estávamos a
passear, sossegados, bem no meio da represa de Igaratá, quando a Andréa,
que de natureza é cagona, fica reclamando que estava entrando água no
barco. A gente nem ligava, pois desde o começo do passeio, ela ficava
pedindo para eu pilotar mais devagar, que queria voltar.
Ela
tava falando "tem água no meu pé", a gente tá bom, é assim
mesmo, ela falava e a gente nem ligava. Ai ela falou que a água tava
cobrindo a bateria. Ai assustamos, pois até então só ela tava
sentada pra trás, todo mundo tava ou lá na frente, ou no meio mas
olhando pra frente!
Quando
vimos, a água tava alta mesmo no barco. Como ele tava empinado, tava feio
de ver lá atrás. Começamos a passar quem dava mais pra frente, isso
tudo a uma boa distancia de qualquer margem! Quando o povo passou pra
frente, a água veio toda pro meio, para os pés de quem tava no meio. Estávamos
em oito na lancha. A água subiu de repente, estávamos vendo a hora da
lancha ir a pique de uma vez.
Eu, pra ajudar, tava com um colete
salva vidas pequeno, e o pior, não sei nadar! Lá no cofrinho não
passava nem pensamento de tanto medo. O Adriano tomou a direção e socou
o que pode em direção a margem mais próxima, um barranco bem
acidentado, conseguimos chegar no barranco, a cerca de dois quilômetros
pelo meio da água da casa onde estávamos.
Desembarcamos
todos no barranco, o Adriano arriscou ir só com a lancha de volta pra
casa pra tentar esvaziá-la, e foi. Não vimos ele ancorar, pois o morro
cobria a casa. Ficamos esperando por mais de uma hora, nada, nem um sinal
dele. O tempo estava feio pra outro lado, chuva forte vinha, resolvi sair
e ir atrás de ajuda. Subi pela terreno, sai na casa que dava de fundos
pra represa onde estávamos, não havia telefone.
Só tinha na guarita do
condomínio, a 3km, em chão de cascalho. Não tinha outro jeito, encarei.
Andei creio de um km e meio, quando passou um Jeep, pedi carona ate a
portaria, contando o ocorrido, o rapaz do jeep resolveu ajudar, voltamos
pra casa dele, tentei ligar de lá por celular mas sem sucesso, dai fomos
em outra lancha buscar o pessoal.
A
Andréa tadinha, tem pavor de barro, mas pavor mesmo, teve que desembarcar
no barranco pisando na lama, quase teve um troço. Pra voltar, conseguimos
subir numa bóia com uma bomba de puxar água que havia na margem e
pulamos pra lancha do cara. voltamos a casa e o Adriano ainda estava com a
lancha encostada, remendando o casco com fibra de vidro pra voltar e
buscar a gente.
Depois
de arrumarmos o rasguinho na casco, 30cm, feito provavelmente por
algum pedaço de terra que estava pouco submerso, ainda demos uma voltinha
e recolhemos o barco.Voltei
de novo a fazer aquela carninha pra almojantarmos, ficamos batendo papo e
por volta de 9 da noite puxamos o carro pra São Paulo de novo. Me
senti o verdadeiro Jack Dawson num Titanic passando em FF. Foi punk! Mas
correu tudo bem! Sem aventura não ia ser tão gostoso de lembrar!
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